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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

“NÃO QUERO”, “NÃO POSSO”, “VOU TENTAR”

 


Diz uma lenda que em uma pequena cidade moravam três irmãos conhecidos pelos nomes de: Não Quero, Não Posso e Vou Tentar. 

Não Quero sempre estava de mal com a vida. Era sempre muito pessimista. Antes mesmo que certo fato ocorresse, era o primeiro a dizer que não daria certo. Não Quero era do contra. Não tinha iniciativa para resolver seus próprios problemas.

 O Segundo irmão,  Não Posso, como medo de errar, nunca assumia os desafios da vida. Sempre procurava uma desculpa para fugir de qualquer responsabilidade. Sua autoimagem era baixa, por isso, não acreditava em suas capacidades.

 O terceiro irmão, “Vou Tentar” era diferente. Tinha consciência dos seus limites, mas mesmo assim, arriscava enfrentar os desafios da vida. Alguma vezes, não conseguia o que desejava, mas não desanimava. Como era otimista e tinha uma autoestima elevada, aprendia com os próprios erros e recomeçava.

 A lenda dos três irmãos nos ensina que o pior fracassado na vida é aquele que não luta, que não tem a ousadia de arriscar. A vitória nem sempre depende de nós, mas a batalha, sim. Diante das lutas da vida, nossa postura jamais deve ser daqueles que dizem: Não quero, não posso, mas sim, daquele que diz, vou tentar, daquele cuja confiança não está simplesmente em si mesmo, mas em Deus que é sua força, sabedoria, ânimo, coragem e fortaleza.

 Muitas são as batalhas da nossa vida. Algumas vencemos, outras perdemos. O que não podemos é desistir, deixar de tentar. Se temos confiança que Deus luta conosco, podemos dizer como Davi, no salmo 18.29:  “Pois contigo desbarato exércitos, com o meu Deus salto muralhas”.

 Fundamentação: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1Co 15.10).

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Lúcio Rufino Pinheiro

 

“TENDE BOM ÂNIMO! SOU EU. NÃO TEMAIS!”


 Certa vez, numa madrugada, o barco onde se encontravam os discípulos de Jesus foi açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. Naquela hora de desespero, Jesus apareceu andando sobre o mar e pronuncia para seus discípulos palavras de encorajamento: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!”

 As palavras de Jesus: “Tende bom ânimo”, “não temais!”, dizem para nós ainda hoje: Não é hora de desanimar, de desistir. Não importa qual seja a tempestade que estamos enfrentando, tenhamos a confiança que o Senhor está conosco e nenhum mal nos destruirá.

 Nas horas tenebrosas da nossa vida, nas noites traiçoeiras, solitárias, frias, quando não houver mais nenhum raio de esperança, é preciso que tenhamos os olhos da fé para reconhecermos sua presença como o Senhor e salvador de nossas vidas. Em sua presença todas as trevas do medo e do desânimo são dissipadas.  Em sua presença o homem encontra palavras repletas do poder de transformar realidades agitadas, perturbadoras em calmaria e paz.  É Ele que tem poder para acalmar o mar agitado da nossa vida e nos dá a paz e a consolação.

 Muitas são as tempestades e ventos contrários que ameaçam naufragar o barco  da nossa vida, mas o Senhor do mar não nos deixa perecer. Ele vem ao nosso encontro nas noites traiçoeiras da nossa vida e diz: “Tende bom ânimo”, “não temais!”  

 Que a divina presença do Senhor, seja para cada um de nós, ânimo diante das situações de desespero, força e coragem nos momentos de fraqueza e medo, proteção diante dos perigos, confiança nas horas de desespero.  

 Fundamentação: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando passares, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador” (Is 43.2-3).

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Lúcio Rufino Pinheiro

 

 

A PEDRA MILAGROSA DA PARTILHA

 


Diz uma lenda que um estrangeiro chegou a uma cidade pequena e pobre e pediu comida para uma mulher. “Sinto, muito senhor, mas não tenho nada”, respondeu a mulher. Disse o estrangeiro: “Não se preocupe”. Trago na sacola uma pedra para fazermos uma deliciosa sopa”. Curiosa, a mulher foi logo chamar os vizinhos para conhecerem o segredo da sopa de pedra.

Quando a água da sopa começou a ferver,  o estrangeiro colocou a pedra na panela. Depois de alguns minutos, o estrangeiro experimentou o caldo com uma colher e disse: “Que delicia! Faltam apenas alguns ingredientes”. Os vizinhos que estavam acompanhando a receita da sopa se prontificaram em ajudar. Cada um foi para sua casa buscar um pouco do que tinha para colocar na sopa: uma senhora trouxe batatas, outra trouxe carne, um senhor trouxe legumes e verduras.

 Depois de colocar os ingredientes na panela, o estrangeiro experimentou novamente o caldo e disse: Tudo pronto, está uma delícia!”. Os vizinhos logo correram para pegar pratos e talhares, e alguns trouxeram também pães. Em seguida, sentaram à mesa e experimentaram felizes uma deliciosa sopa.

Depois de algum tempo, o estrangeiro partiu. Porém, deixou a pedra milagrosa, para que pudessem usá-la quando todas as vezes que passassem necessidades.

 A pedra milagrosa da lenda, significa nossa  solidariedade, partilha e compaixão para com os que sofrem. Precisamos entender que a falta do  pão na mesa de muitos irmãos e irmãs necessitados,  deve ser uma preocupação de cada um que é seguidor de Jesus. Jesus foi claro para os discípulos que queriam se esquivar da responsabilidade para com o sofrimento do outro: “Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, de comer” (Mt 14.16).

 Dar de comer o que passa fome é um dever de todo seguidor de Jesus. Para isso, não precisamos esperar projetos políticos grandiosos ou adquirirmos grandes recursos, não precisamos ganhar na loteria (como alguns costumam dizer: “quando eu ganhar na loteria vou fazer isso ou aquilo”). A alternativa para solucionar a fome vem de pequenos gestos de partilha e solidariedade.

 A fome do outro não é por falta de pão, mas de compaixão. Se descobrirmos o valor precioso da pedra milagrosa da partilha, o pouco se tornará muito e a miséria dará lugar a abundância.  Quando partilhamos o pouco que temos com quem precisa é a graça de Deus agindo em nós para realizar o milagre da multiplicação.

 Fundamentação: “Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade” (At 4.34-35).

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Lúcio Rufino Pinheiro

 

O AGIR DE DEUS EM NOSSA VIDA

 


Diz uma lenda que em uma pequena cidade, existia um homem que era conhecido por ser muito religioso. Um dia, veio uma grande enchente e alagou sua casa. Para escapar da morte, esse homem subiu ao telhado e ficou orando a Deus para que pudesse vir em seu socorro. Depois de longas orações, muitas pessoas tentaram ajudar o homem: o vizinho estendeu a mão, seus amigos tentaram salvá-los com um barco, a defesa civil mandou o helicóptero, mas o homem devoto negou a ajuda de todos, alegando que aguardaria o auxílio de Deus.

 No entanto, enquanto esperava uma intervenção divina milagrosa, a água subiu e o homem morreu afogado. Quando chegou ao céu, o homem devoto foi reclamar a Deus, dizendo: “Quando eu mais precisei, quando esperava sua ajuda, o Senhor me abandonou”. Respondeu Deus: “Meu filho, enquanto você estava sobre o telhado estendi a mão, enviei um barco e até um helicóptero para salvá-lo, porém, você recusou todo tipo de ajuda”. Então, aquele homem ficou envergonhado e compreendeu que, mesmo sendo muito religioso, não foi capaz de perceber a presença de Deus e seus cuidados também através das pessoas.

 A lenda do homem devoto nos ensina que Deus tem seus próprios meios de agir  na nossa vida. Sua maneira de vir em nosso socorro nem sempre ocorre através de milagres extraordinários, mas também de gestos de solidariedade humana. Quando fazemos o bem ao próximo, é a graça de Deus agindo em nós para auxiliar os que gritam por socorro. É preciso fé para perceber que muitas vezes Deus tem estendido suas mãos para nos socorrer em nossas fraquezas através da mediação humana. 

 As ações protetoras, cuidadosas, fortalecedoras e libertadoras de Deus são manifestas quando somos meios para a promoção do bem na vida do outro. Deus não nos abandona, nós em que é que muitas vezes não temos os olhos da fé para percebermos sua presença. A confiança da presença divina na nossa vida é fundamental para que, diante das batalhas difíceis que enfrentamos, jamais nos afastemos do amor de Cristo.

 Esta é a nossa confiança. Temos um intercessor que nos ajuda em nossas fraquezas. Esse auxílio divino se manifesta no cotidiano da nossa vida de várias formas.  Deus vem ao nosso socorro também através de pessoas que são como “máscaras dele” no mundo, meios pelos quais o Deus invisível age de forma visível.

 Fundamentação: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.

E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos” ( Rm 8.26-27).

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Lúcio Rufino Pinheiro



PODERIA TER SIDO DIFERENTE, MAS NÃO FOI


Quando eu era Católico Romano e exercia o ministério de padre, tive a oportunidade escutar várias histórias de vida, umas felizes, outras tristes. Entre as histórias tristes, recordo-me a de um jovem que nasceu em um lar cristão. Quando era criança, seus pais, sempre costumavam levá-lo para a Igreja aos domingos.  Esse jovem teve a oportunidade de ouvir todos os dias sábios ensinamentos da Palavra do Senhor, recebeu uma formação cristã sólida. Porém, apesar de todo o ensinamento que foi transmitido, o jovem escolheu seguir caminhos tortuosos: abandonou seus estudos, desprezou os conselhos dos seus pais, abandonou sua família, envolveu-se com o tráfico de drogas e armas, passou a usar drogas, a roubar e a praticar diversos crimes. Parecia que tudo estava bem na vida desse jovem. Porém, um dia, os chefes de uma facção criminosa mandaram assassiná-lo brutalmente, deixando esposa e um filho com poucos meses de vida. Esse jovem teve todas as oportunidades para ser bem sucedido profissionalmente, espiritualmente e socialmente. No entanto, sua vida terminou de forma trágica, pois, no terreno do seu coração, a semente da Palavra do Senhor não encontrou acolhida, espaço apropriado para que pudesse produzir bons frutos.

 A história desse jovem poderia ter sido diferente, mas não foi, porque apesar de ter ouvido a Palavra de Deus, não a compreendeu, não a apreendeu na sua mente e coração, recusou acolher a mensagem salvadora do Evangelho, seu coração estava endurecido, impenetrável de modo que rejeitou a graça de Deus que tem poder de transformar qualquer terreno espinhoso, pedregoso, repleto de matagal da existência humana em terra fértil.  

 Quantas vezes, temos a oportunidade de ouvir a Palavra do Senhor, mas o nosso coração está fechado para acolher sua graça e compreender os propósitos de Deus. Damos oportunidade para que as aves malignas da incredulidade roubem a semente da Palavra de vida nova que foi semeada em nosso interior.

 Fundamentação: “Disse Jesus: “E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram. A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho” (Mt 13.4,19).

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Lúcio Rufino Pinheiro

  

CONFIAR NAS PROMESSAS DE JESUS


Diz uma lenda que, certo dia, um alpinista resolveu escalar um dos montes mais altos do mundo. Enquanto escalava, ele escorregou e caiu. Naqueles momentos de angústias e dor, passaram pela sua mente os momentos felizes e tristes de sua vida. Parecia que tinha chegado ao fim. Porém, o alpinista sentiu um forte puxão. Sendo um alpinista experiente, tinha cravado as estacas de segurança com grampos a uma corda comprida que fixara na cintura. Então, suspenso pelo ar na completa solidão e escuridão, não lhe restou outra alternativa a não ser gritar a Deus por socorro. De repente, uma voz vinda do céu respondeu: “O que quer de mim meu filho?” Respondeu o alpinista: “Salva-me, meu Deus!”. Indagou a voz: “Você realmente acredita que eu posso salvá-lo?” “Sim, confio plenamente em tua salvação”, gritou o alpinista. Continuou a voz do céu: “Então, corte a corda que o mantém perdurado”. Porém, ao invés de ouvir a voz que vinha do céu, o alpinista ouviu sua própria consciência, agarrou-se ainda mais firme na corda. No dia seguinte, as equipes de resgate encontraram o alpinista morto, agarrado com as mãos a uma corda, a apenas dois metros do chão.

 Às vezes, perdemos a oportunidade de alcançarmos uma vida de plenitude, simplesmente porque não somos capazes de entregar-se com confiança nas promessas de salvação de Jesus.

 Como o alpinista da lenda, muitos dizem ter fé no Senhor.  No entanto, no momento de desespero, na escuridão do abandono, quando têm a oportunidade de salvação, não estão dispostos a ouvir a Palavra do Senhor e crer na sua promessa de redenção.  Muitos preferem continuar agarrados nas cordas das suas obras, nas amarras dos seus pecados que proporcionam sofrimento, desespero e morte.

 A verdadeira fé salvadora não se agarra nas cordas inseguras da autoconfiança, do cumprimento de obras com fins meritórios, do conhecimento racional das ações de Deus, mas agarra-se além de toda racionalidade e experiência na misericórdia de Deus.

Confiemos nas promessas de Salvação do nosso Deus, acolhamos a graça de Jesus, o único que não ilude, nem engana, o único que tem promessas de vida abundante, feliz e eterna.

 Fundamentação: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”( Hb 11.6).

 

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Lúcio Rufino Pinheiro


ASSUMIR A CRUZ

 


Diz uma lenda que um rei prometeu aos seus servos uma terra onde viveriam em abundância e felicidade. Porém, para merecerem essa terra, os seus servos teriam que carregar uma grande cruz. Movido pela esperteza, um dos servos resolveu dar um “jeitinho” para facilitar sua trajetória, resolveu cortar um pedaço da sua cruz. Depois de uma longa caminhada, o servo do rei se deparou com um abismo. Como tinha cortado sua cruz, foi impossível atravessá-lo. Os outros, porém, chegaram à terra prometida pelo rei, pois, usaram suas cruzes como pontes para atravessar o abismo.

 Essa lenda ensina para nós cristãos que não existem atalhos fáceis para quem quer seguir verdadeiramente a Jesus. Aquele que quer encontrar a vida verdadeira prometida por Jesus não pode querer fugir da cruz. Aquele que quer sempre dar um “jeitinho” para fugir do compromisso e da responsabilidade de assumir a cruz, fracassará. A cruz que carregamos não tem como finalidade nossa derrota, mas torna-se ponte que nos leva a terra feliz onde iremos morar com o rei Jesus.

 Às vezes, queremos seguir a Jesus, mas não estamos dispostos a assumir as consequências do seguimento a Ele, criamos atalhos fáceis na vida, usamos de uma esperteza mundana que muito mais nos leva ao abismo da perdição do que a vitória em Cristo Jesus.

 O cristão que decidiu seguir a Jesus deve aprender que não se chega à vitória sem passar pela dimensão da cruz. A cruz é lugar do encontro do discípulo com o Mestre. A cruz, apesar do sofrimento, se torna ponte que nos conduz a felicidade quando abraçada com amor ao Cristo. Quem ama a Jesus não teme a Cruz, mas enfrenta os golpes, os açoites, as perseguições, as tribulações com perseverança, pois descobriu que se, esta vida não serve para viver totalmente com, como e para Jesus, de nada vale.

 Fundamentação:  “E quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mt 10.38).

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Lúcio Rufino Pinheiro