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quinta-feira, 11 de março de 2021

503 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE


 “O justo viverá por fé” (Rm 1.17)

Alemanha, 31 de outubro de 1517. No contexto religioso marcado pela venda de indulgências, cobiça do clero, esquecimento das Sagradas Escrituras, propagação da doutrina da justificação baseada em obras  meritórias, Deus levanta um homem de coragem, Martinho Lutero, para lembrar a Igreja que somos justificados pela fé, que somente Cristo é nosso mediador, que somente a Bíblia é a regra de fé é prática do cristão, que somente somos salvos pela graça, que a glória deve ser dada somente a Deus. Martinho Lutero, fundamentado nas Escrituras, enfrentou o poderoso sistema religioso de sua época, para proclamar a seguinte verdade: “visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1. 17).

No dia 31 de outubro recordamos a Reforma Protestante, acontecimento que tinha como objetivo reformar a Igreja Cristã a partir de um movimento de retorno aos princípios evangélicos da Igreja primitiva. A Reforma Protestante surgiu a partir de um sincero  desejo de renovação de uma instituição eclesiástica que encontrava-se cega pela riqueza, poder e prestígio

As teses teológicas defendidas por Lutero geraram inquietações entre as autoridades religiosas, de modo que o mesmo não só foi perseguido, mas convocado a se retratar e a renunciar os seus escritos. Diante dos queriam silenciar sua voz profética, Lutero não se intimidou, mas reafirmou suas convicções. Disse Lutero: “A menos que possa ser refutado e convencido pelo testemunho da Escritura e por claros argumentos (visto que não creio no papa, nem nos concílios; é evidente que todos eles frequentemente erram e se contradizem); estou conquistado pela Santa Escritura citada por mim, minha consciência está cativa à Palavra de Deus. Não posso e não me retratarei, pois é inseguro e perigoso fazer algo contra a consciência. Que Deus me ajude. Amém!”

Celebrar o dia da Reforma Protestante significa recordar que é preciso reafirmar nosso compromisso com a Palavra do Senhor, pois será sempre perigoso e inseguro pensar, sentir e agir sem a convicção de que nossa consciência está cativa à Palavra de Deus. Celebrar o dia da Reforma protestante é o convite para sempre nos voltarmos para Cristo, nosso primeiro amor.

Fundamentação bíblica: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2.5).

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Lúcio Rufino Pinheiro


FOME DE OUVIR A PALAVRA DO SENHOR

 


A Bíblia diz em Am 8.11-12, que dias virão em que o Senhor enviará “fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. Andarão de mar a mar e do Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, procurando a palavra do Senhor, e não a acharão”. Eu creio irmão, nessa Palavra. Pois, o que vemos no mundo são muitas pessoas ignorando a Deus, buscando apenas realidades que satisfaçam seus prazeres materiais. Tem muita gente brincando com Deus, levando uma vida de qualquer jeito, sem nenhuma preocupação com a vida eterna.

 Eu pensava que, com toda essa pandemia que atingiu o mundo, algumas pessoas buscariam verdadeiramente mais a Deus, seriam mais humanas, solidárias, aprenderiam a valorizar mais a vida com o Senhor, mas nem todas as pessoas tiraram lições positivas para suas vidas: muitos continuam vivendo na incredulidade, ainda não se libertaram do vírus do egoísmo, vivem desrespeitando suas próprias vidas e a dos outros; descartam o amor e o temor a Deus sem nenhum receio da perdição eterna.  Apesar do que ainda estamos passando com toda essa realidade de ameaça a vida humana, a sociedade de hoje nunca esteve tão distante da reconciliação com Deus. São poucos aqueles que se esforçam para ouvir a Palavra do Senhor.  São poucos os que têm buscado o Senhor, que vivem em sua presença. 

Fundamentação bíblica: E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus
(porque ele diz: Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação) (2Co 6.1-2).

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Lúcio Rufino Pinheiro

“BUSCAI O SENHOR ENQUANTO SE PODE ACHAR”

 


Não sabemos o dia e nem a hora que iremos partir deste mundo. Antes da hora do juízo, do encontro definitivo do homem com Deus, é o momento oportuno para o arrependimento, para a confissão dos pecados, para a salvação. No juízo, não haverá mais a oportunidade de reconciliação com Deus.  Por isso, convém termos a prudência de entrarmos na porta da salvação enquanto ela ainda continua aberta. Pois, haverá um tempo em que essa porta se fechará e muitos ficarão de fora, porque não deram ouvidos à Palavra do Senhor no tempo oportuno.

Não importa que caminho errado você tenha percorrido. É sempre tempo de recomeçar. A generosidade do perdão de Deus é abundante ao ponto de nos acolhermos de volta como filhos e filhas amados. Pela morte de seu único filho, Deus nos deu um sinal que fomos reconciliados com Ele, que nossos pecados e penas foram perdoados.

Fundamentação Bíblica: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” ( Is 55.6-7).

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Lúcio Rufino Pinheiro

A ESTRADA ATRAENTE DA PERDIÇÃO


 

Quantos caminhos tortuosos têm levado a muitos para o engano, para a perdição e para a condenação. Como disse um autor cristão do século IV, Basílio de Cesareia, “o inferno não pode ser feito atraente, por isso o diabo torna atraente a estrada que leva até lá”. O diabo, aquele que está em oposição a Deus, tem feito de tudo para enganar as pessoas, conduzindo-as a uma existência marcada pela indiferença à vontade de Deus.

A estrada que leva ao homem para a perdição eterna é atraente, pois não exige renúncias a tudo aquilo que desagrada a Deus, não exige compromisso de fidelidade a Palavra do Senhor. No entanto, se ignorarmos por toda a vida os ensinamentos do Senhor, a culpa de nossa infelicidade neste mundo e no mundo vindouro, será única e exclusiva nossa e não de Deus. O inferno começa desde já em nós quando vivemos distantes do caminho do Senhor. Da mesma forma, a realidade o céu já começa em nosso interior quando buscamos viver na presença de Deus através de uma vida renovada.

Texto: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela),
porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7. 13-14).

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Lúcio Rufino Pinheiro

A PALAVRA DO SENHOR É LUZ

 


Meu amigo, minha amiga das redes sociais, nesta sociedade marcada pela propagação de notícias falsas, onde o discurso mentiroso passa por verdadeiro com o objetivo de enganar as pessoas, precisamos direcionar nossos olhos, ouvidos e coração para a Palavra do Senhor. Esta palavra não engana, não ilude, mas é a verdade que liberta o homem da cegueira, da ignorância, da alienação, do seu cativeiro da perdição. “Conhecereis a verdade”, disse Jesus, “e a verdade vos libertará” (cf. Jo 8.32).  

A Palavra de Deus é luz que ilumina nossos caminhos; é água pura que sacia nossa sede; é semente que germina vida nova no terreno do coração do pecador; A Palavra do Senhor é fogo que aquece e purifica a alma; é pão que sacia nossa fome pelas realidades espirituais. Não é uma Palavra dúbia, contraditória, incoerente, mas é a palavra verdadeira, coerente de um Deus que se revela para nós. Não é uma Palavra fruto da imaginação humana, mas é uma palavra inspirada pelo Espírito Santo de Deus. Por isso, toda vez que lemos, ouvimos a Palavra do Senhor é a boca de Deus falando ao nosso coração.

Fundamentação bíblica: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16-18).

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Lúcio Rufino Pinheiro

LUTAR SEMPRE, DESISTIR JAMAIS

 


Diz uma lenda que três rãs caíram em recipiente de leite. Depois de várias tentativas, a rã mais velha ficou cansada e resolveu ficar quieta, e pouco a pouco foi se afogando. A segunda, como era mais intelectual, ficou apenas pensando sobre seu problema e não procurou agir. A terceira rã tinha muita vontade de viver, indignada com aquela sua situação, começou a mexer, espernear, agitou tanto o leite que ele se transformou em manteiga. Assim, conseguiu escapar da morte.

Na vida, nos deparamos com inúmeros obstáculos. Diante deles, muitos, como a primeira rã, se entregam aos seus problemas sem ao menos tentar encontrar uma saída. Outros, são como a segunda rã, pensam demais, ocupam a mente pensando nos seus problemas, mas não têm nenhuma atitude. Por fim,  há quem seja como a terceira rã que, diante do perigo de morte, luta com todas as suas forças, não aceita sua situação de sofrimento e usa dos únicos meios que tem em alternativas para solucionar seus problemas.

A nossa vida é uma grande luta. Todos os dias enfrentamos batalhas que exigem de nós força de vontade para viver, entusiasmo, persistência, coragem, determinação. Somente aquele que luta, que não desiste, que vence seus próprios medos, tem a possibilidade de dar um salto em sua vida. Lute sempre! Não desista jamais!

Fundamentação bíblica: “Bendito seja o Senhor, rocha minha, que me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra;
minha misericórdia e fortaleza minha, meu alto refúgio e meu libertador, meu escudo, aquele em quem confio e quem me submete o meu povo” (Sl 144.1-2).

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Lúcio Rufino Pinheiro

O PODER DA LÍNGUA

 


Um famoso rei tinha um empregado muito sábio. Certo dia, pediu-lhe que fosse ao mercado e comprasse o melhor que há para comer. Sem demoras, o empregado trouxe para o rei uma grande língua. Ao ver a língua o rei ficou espantando e disse seu empregado: “Como você ousa me afrontar diante dos meus convidados? Não tinha comida melhor no mercado?” Explicou o empregado: “A língua é o melhor que há no mercado. Ela é responsável pela nossa comunicação; é através dela que o senhor me dar ordens; é através dela que transmitimos ensinamentos, que abençoamos.  Como vê a língua é a melhor coisa que há”.

 Admirado com a sabedoria do seu empregado, o rei deu para ele outra tarefa; que fosse novamente ao mercado e comprasse o que há de pior para comer. Pouco tempo depois, novamente o empregado trouxe outra grande língua. “O que é isso? Outra língua? Você não disse que a língua é o melhor para se comer?”, indagou o rei.

 Sabiamente, respondeu o empregado: “Sim. É verdade. A língua também é o pior que há para se comer. A língua é usada para a discórdia e inveja, para maldizer e caluniar, quando ela é mentirosa, é a pior coisa que há”.

 A lenda do rei e o seu sábio empregado nos ensina o grande poder que língua tem, seja para o bem ou para o mal. Podemos usá-la para abençoar, encorajar e motivar os outros. Por outro lado, muitos utilizam a língua como instrumento para destilar os venenos mortíferos do ódio, da fofoca, da inveja e da discórdia. Outros utilizam a língua para destruir a reputação do outro, para amaldiçoar e julgar.

 A língua, apesar de ser um órgão tão pequeno do nosso corpo, seus poderes de edificação e de destruição são enormes. Uma palavra dita na hora errada, da forma errada pode destruir relacionamentos, machucar e promover danos irreparáveis na vida das pessoas de nossa convivência.

 A Bíblia diz em Pv 10.19 que, “quem controla a língua é sensato”. E ainda, podemos ler na carta de Tiago 1.26: “Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum!” (Tg 1,26).

É preciso prudência, sabedoria, para não utilizarmos a nossa língua como instrumento a serviço do mal. Se nossas palavras não edificam, não são verdadeiras, não são canais de bênçãos, o silêncio vale mais do que mil palavras. É preferível o silêncio dos prudentes que a palavra maldita dos tolos, fofoqueiros, invejosos, caluniadores e mentirosos.

Fundamentação bíblica: “Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim” (Tg 3.6-10).

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Lúcio Rufino Pinheiro

APRENDA A RETIRAR AS PEDRAS DO CAMINHO


 

Em um reino distante, um sábio rei, colocou uma grande pedra no caminho para observar como as pessoas reagiriam. Uns passavam pela pedra e reclamavam. Outros culpavam e chamavam de preguiçosos aqueles que tinham deixado a pedra na estrada. No entanto, ninguém se prontificou a retirar a pedra.

 Certo dia, uma jovem que vinha do seu trabalho, passou por aquele caminho. Ao ver a pedra, pensou: “Alguém pode tropeçar nessa pedra e se ferir. Por isso, vou removê-la do caminho”. Em seguida, depois de tanto esforço, conseguiu retirar a pedra do caminho. Ao retirar a pedra, a jovem encontrou uma caixa com um grande tesouro. Na tampa da caixa estava escrita a seguinte frase: “Esta caixa pertence a quem retirar a pedra”.

 No caminho da nossa existência encontramos muitas pedras, obstáculos. Essas pedras podem ser: uma crise de relacionamento conjugal ou familiar, um problema financeiro, uma crise de fé ou existencial, um vício que nos domina, uma doença.  Cada um sabe qual a pedra que precisa remover do seu caminho. Diante dessas pedras, posso apenas murmurar, reclamar, ficar revoltado, culpar os outros, esperar que alguém resolva, dar um jeito de se desviar das pedras sem ao menos tentar removê-las do caminho ou fazer como a jovem da lenda que, mesmo na sua fragilidade, teve a ousadia, a atitude de usar todas as suas habilidades para retirar a pedra.

 Tentar remover as pedras do nosso caminho nem sempre é fácil, exige coragem, determinação, esforço. Porém, somente aqueles que ousam retirar as pedras do caminho terão a possibilidade de encontrar preciosos tesouros de paz, alegria e felicidade. Nada pode vir de bom para aqueles que apenas reclamam e esperam que os outros resolvam seus problemas.

 Deus é esse “sábio rei”, que muitas vezes permite tribulações que estão “acima das nossas forças” para que não coloquemos nossa confiança em nós mesmos, mas, sobretudo, Nele (cf. 2 Co 1.8-9).  Se colocarmos nossa confiança em Deus e agirmos com os dos dons que Ele nos concedeu, encontraremos forças para removermos as pedras do nosso caminho, encontraremos tesouros escondidos.   

 Fundamentação bíblica: “Eu irei adiante de ti, endireitarei os caminhos tortuosos, quebrarei as portas de bronze e despedaçarei as trancas de ferro; dar-te-ei os tesouros escondidos e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome (Is 45.2-3).

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Lúcio Rufino Pinheiro

 

MUDAR A SI MESMO

 


Uma mulher, recém-casada, tinha muita dificuldade de conviver com sua sogra. Certo dia, foi ao mercado comprar um veneno para matar sua sogra. O vendedor aconselhou que a mulher colocasse apenas pequenas doses na comida da sogra e que a tratasse bem para não levantar suspeitas. Seguindo o conselho do vendedor, a nora começou a tratar a sogra com mais carinho, afeto, atenção e respeito.  Nos finais de semana, passou a convidar a sogra para tomar um cafezinho e para passear.

 Passados alguns meses, a nora retornou ao vendedor e disse: “Por favor, ajude-me a evitar que o veneno mate a minha sogra. Ela se tornou uma pessoa agradável, amável, especial, não sei viver sem ela”. Sorrindo, disse o vendedor: “Não se preocupe, sua sogra não irá morrer, pois o veneno que lhe dei não passava de uma mistura de água com chá caseiro e só fez melhorar a saúde dela”.

 Meu amigo, minha amiga, ninguém pode oferecer o que não tem. Às vezes, aquela pessoa que consideramos “chata”, “insuportável”, “intragável” não passa de alguém carente de amor, carinho, atenção, acolhida. Se passarmos a tratá-la bem, se semearmos em seu coração a semente do amor, colheremos bons frutos.  As pessoas com as quais temos dificuldades de convivência são aquelas que precisam ser mais amadas. Quando substituímos o veneno da indiferença pelo remédio do amor, passamos a transformar o outro e, principalmente a nós mesmos.

 Você já parou para pensar: Por que certos defeitos dos outros nos irritam tanto? Na verdade, às vezes, os defeitos dos outros nos irritam porque vemos nas atitudes dos outros nossos próprios defeitos os quais não aceitamos e nem nos propomos a transformá-los.  Mudar a si mesmo é muito mais fácil do que esperar que os outros mudem. O segredo para uma vida feliz consiste em fazer os outros felizes.

 Fundamentação bíblica: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6.7-10).

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Lúcio Rufino Pinheiro

“NADA HÁ ENCOBERTO QUE NÃO VENHA A SER REVELADO”



Nas últimas semanas, a imprensa tornou público dois fatos que envergonham os cristãos. O primeiro fato diz respeito a um padre Católico Romano acusado de desvio de milhões de reais dos seus fiéis para compra de mansões luxuosas, fazendas, emissoras de rádio e avião. O segundo fato diz respeito a uma pastora evangélica que, movida pela ambição pelo poder e dinheiro, é acusada mandar assassinar seu próprio esposo.

 Contemplando esses fatos maléficos, e pensando na presença no mundo de bilhões de pessoas que dizem crer em Deus, deparo-me com os seguintes questionamentos: O que leva uma pessoa que conhece a Palavra do Senhor, que recebeu uma formação moral adequada a praticar crimes tão deploráveis? Por que nós que cremos em Deus temos tanta dificuldade de ser a diferença no mundo? Por que a nossa fé nem sempre tem influenciado os ambientes sociais, familiares nos quais convivemos de forma que possamos contribuir para melhorá-los?

 Penso que as respostas para essas indagações possam ser encontradas no coração humano onde habita o pecado. A ação do pecado original na nossa natureza é tão devastadora, que por mais que nos esforcemos em não pecar acabamos falhando. Só Deus é bom, perfeito. Entre nós seres humanos, “Não há justo, nem um sequer”, como está escrito em Rm 3.10. A Bíblia ainda diz em Ecl 7.20: “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque”. Aqueles que são dominados pela sua natureza pecaminosa não têm nenhuma condição de agradar a Deus. A certeza que temos é que, se fazemos algo de bom é por causa da ação da graça de Deus em nós. Sem o auxílio da graça divina estamos propensos a praticar atos horríveis, deploráveis, vergonhosos, escandalosos, como roubar e matar. 

 O conhecer a Deus e professar a fé Nele não estão limitados ao comportamento exterior. Ninguém pode viver de aparência por muito tempo. Jesus disse: “Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido” (Lc 12.2). Não adianta vivermos de aparências, pois ninguém se esconde dos olhos de Deus, pois o mesmo conhece o nosso coração, pensamentos e intenções.

 Fundamentação bíblica: “Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda” (Sl 139.1-4).

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Lúcio Rufino Pinheiro

 

DEUS PODE MUDAR O RUMO DA NOSSA HISTÓRIA


 

A Bíblia, no primeiro livro de Primeira Crônicas, 4.9-10, faz uma breve referência a um homem da descendência de Judá, chamado Jabez. Seu nome na língua hebraica significa: “Ele concede dor”. Jabez trazia em sua própria identidade e personalidade a marca da dor, carregava o estigma daquele que provoca dor.

 Mas Jabez não se contentou com sua situação de humilhação, de maldição, de aflição e dor. Então, através da oração, suplicou a Deus que mudasse o rumo da sua história, dizendo: “Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido” (1 Cr 4.10).

 Talvez você seja alguém que alimentou em sua mente a ideia que é impossível mudar a si mesmo e continua a dizer: “Eu nasci assim, vou morrer assim”. Talvez você seja aquela pessoa que tenha se acomodado e aceitado sua situação de sofrimento como dádiva de um “destino” do qual é impossível escapar.

 O testemunho de Jabez nos ensina que é sempre possível mudar o rumo da nossa história. Não importa qual seja a situação que limita a possibilidade de termos uma existência feliz, se suplicarmos com confiança ao Senhor, como fez Jabez, Ele, segundo sua soberana vontade, pode transformar nossa realidade de dor e aflição em bênçãos, pode preservar nossa vida de todo o mal.

 Jabez suplicou a Deus que alargasse as fronteiras, ou seja, que sua vida não se limitasse ao sofrimento, mas que houvesse a possibilidade, a oportunidade de mudança de sua condição.  Quais são os limites de sua vida que precisam ser alargados?

 Jabez entregou a Deus tudo aquilo que na sua existência não era possível de ser mudado somente pelas suas próprias forças. Como Jabez, apresente seus limites ao Senhor em oração, pois existem situações que não estão ao nosso alcance de transformá-las, mas que dependem de Deus, que pode transformar o impossível aos olhos humanos em possível.

 Fundamentação bíblica: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o Senhor, e farei mudar a vossa sorte” (Jr 29.11-14)

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Lúcio Rufino Pinheiro

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

“NÃO QUERO”, “NÃO POSSO”, “VOU TENTAR”

 


Diz uma lenda que em uma pequena cidade moravam três irmãos conhecidos pelos nomes de: Não Quero, Não Posso e Vou Tentar. 

Não Quero sempre estava de mal com a vida. Era sempre muito pessimista. Antes mesmo que certo fato ocorresse, era o primeiro a dizer que não daria certo. Não Quero era do contra. Não tinha iniciativa para resolver seus próprios problemas.

 O Segundo irmão,  Não Posso, como medo de errar, nunca assumia os desafios da vida. Sempre procurava uma desculpa para fugir de qualquer responsabilidade. Sua autoimagem era baixa, por isso, não acreditava em suas capacidades.

 O terceiro irmão, “Vou Tentar” era diferente. Tinha consciência dos seus limites, mas mesmo assim, arriscava enfrentar os desafios da vida. Alguma vezes, não conseguia o que desejava, mas não desanimava. Como era otimista e tinha uma autoestima elevada, aprendia com os próprios erros e recomeçava.

 A lenda dos três irmãos nos ensina que o pior fracassado na vida é aquele que não luta, que não tem a ousadia de arriscar. A vitória nem sempre depende de nós, mas a batalha, sim. Diante das lutas da vida, nossa postura jamais deve ser daqueles que dizem: Não quero, não posso, mas sim, daquele que diz, vou tentar, daquele cuja confiança não está simplesmente em si mesmo, mas em Deus que é sua força, sabedoria, ânimo, coragem e fortaleza.

 Muitas são as batalhas da nossa vida. Algumas vencemos, outras perdemos. O que não podemos é desistir, deixar de tentar. Se temos confiança que Deus luta conosco, podemos dizer como Davi, no salmo 18.29:  “Pois contigo desbarato exércitos, com o meu Deus salto muralhas”.

 Fundamentação: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1Co 15.10).

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Lúcio Rufino Pinheiro

 

“TENDE BOM ÂNIMO! SOU EU. NÃO TEMAIS!”


 Certa vez, numa madrugada, o barco onde se encontravam os discípulos de Jesus foi açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. Naquela hora de desespero, Jesus apareceu andando sobre o mar e pronuncia para seus discípulos palavras de encorajamento: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!”

 As palavras de Jesus: “Tende bom ânimo”, “não temais!”, dizem para nós ainda hoje: Não é hora de desanimar, de desistir. Não importa qual seja a tempestade que estamos enfrentando, tenhamos a confiança que o Senhor está conosco e nenhum mal nos destruirá.

 Nas horas tenebrosas da nossa vida, nas noites traiçoeiras, solitárias, frias, quando não houver mais nenhum raio de esperança, é preciso que tenhamos os olhos da fé para reconhecermos sua presença como o Senhor e salvador de nossas vidas. Em sua presença todas as trevas do medo e do desânimo são dissipadas.  Em sua presença o homem encontra palavras repletas do poder de transformar realidades agitadas, perturbadoras em calmaria e paz.  É Ele que tem poder para acalmar o mar agitado da nossa vida e nos dá a paz e a consolação.

 Muitas são as tempestades e ventos contrários que ameaçam naufragar o barco  da nossa vida, mas o Senhor do mar não nos deixa perecer. Ele vem ao nosso encontro nas noites traiçoeiras da nossa vida e diz: “Tende bom ânimo”, “não temais!”  

 Que a divina presença do Senhor, seja para cada um de nós, ânimo diante das situações de desespero, força e coragem nos momentos de fraqueza e medo, proteção diante dos perigos, confiança nas horas de desespero.  

 Fundamentação: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando passares, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador” (Is 43.2-3).

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Lúcio Rufino Pinheiro

 

 

A PEDRA MILAGROSA DA PARTILHA

 


Diz uma lenda que um estrangeiro chegou a uma cidade pequena e pobre e pediu comida para uma mulher. “Sinto, muito senhor, mas não tenho nada”, respondeu a mulher. Disse o estrangeiro: “Não se preocupe”. Trago na sacola uma pedra para fazermos uma deliciosa sopa”. Curiosa, a mulher foi logo chamar os vizinhos para conhecerem o segredo da sopa de pedra.

Quando a água da sopa começou a ferver,  o estrangeiro colocou a pedra na panela. Depois de alguns minutos, o estrangeiro experimentou o caldo com uma colher e disse: “Que delicia! Faltam apenas alguns ingredientes”. Os vizinhos que estavam acompanhando a receita da sopa se prontificaram em ajudar. Cada um foi para sua casa buscar um pouco do que tinha para colocar na sopa: uma senhora trouxe batatas, outra trouxe carne, um senhor trouxe legumes e verduras.

 Depois de colocar os ingredientes na panela, o estrangeiro experimentou novamente o caldo e disse: Tudo pronto, está uma delícia!”. Os vizinhos logo correram para pegar pratos e talhares, e alguns trouxeram também pães. Em seguida, sentaram à mesa e experimentaram felizes uma deliciosa sopa.

Depois de algum tempo, o estrangeiro partiu. Porém, deixou a pedra milagrosa, para que pudessem usá-la quando todas as vezes que passassem necessidades.

 A pedra milagrosa da lenda, significa nossa  solidariedade, partilha e compaixão para com os que sofrem. Precisamos entender que a falta do  pão na mesa de muitos irmãos e irmãs necessitados,  deve ser uma preocupação de cada um que é seguidor de Jesus. Jesus foi claro para os discípulos que queriam se esquivar da responsabilidade para com o sofrimento do outro: “Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, de comer” (Mt 14.16).

 Dar de comer o que passa fome é um dever de todo seguidor de Jesus. Para isso, não precisamos esperar projetos políticos grandiosos ou adquirirmos grandes recursos, não precisamos ganhar na loteria (como alguns costumam dizer: “quando eu ganhar na loteria vou fazer isso ou aquilo”). A alternativa para solucionar a fome vem de pequenos gestos de partilha e solidariedade.

 A fome do outro não é por falta de pão, mas de compaixão. Se descobrirmos o valor precioso da pedra milagrosa da partilha, o pouco se tornará muito e a miséria dará lugar a abundância.  Quando partilhamos o pouco que temos com quem precisa é a graça de Deus agindo em nós para realizar o milagre da multiplicação.

 Fundamentação: “Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade” (At 4.34-35).

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Lúcio Rufino Pinheiro

 

O AGIR DE DEUS EM NOSSA VIDA

 


Diz uma lenda que em uma pequena cidade, existia um homem que era conhecido por ser muito religioso. Um dia, veio uma grande enchente e alagou sua casa. Para escapar da morte, esse homem subiu ao telhado e ficou orando a Deus para que pudesse vir em seu socorro. Depois de longas orações, muitas pessoas tentaram ajudar o homem: o vizinho estendeu a mão, seus amigos tentaram salvá-los com um barco, a defesa civil mandou o helicóptero, mas o homem devoto negou a ajuda de todos, alegando que aguardaria o auxílio de Deus.

 No entanto, enquanto esperava uma intervenção divina milagrosa, a água subiu e o homem morreu afogado. Quando chegou ao céu, o homem devoto foi reclamar a Deus, dizendo: “Quando eu mais precisei, quando esperava sua ajuda, o Senhor me abandonou”. Respondeu Deus: “Meu filho, enquanto você estava sobre o telhado estendi a mão, enviei um barco e até um helicóptero para salvá-lo, porém, você recusou todo tipo de ajuda”. Então, aquele homem ficou envergonhado e compreendeu que, mesmo sendo muito religioso, não foi capaz de perceber a presença de Deus e seus cuidados também através das pessoas.

 A lenda do homem devoto nos ensina que Deus tem seus próprios meios de agir  na nossa vida. Sua maneira de vir em nosso socorro nem sempre ocorre através de milagres extraordinários, mas também de gestos de solidariedade humana. Quando fazemos o bem ao próximo, é a graça de Deus agindo em nós para auxiliar os que gritam por socorro. É preciso fé para perceber que muitas vezes Deus tem estendido suas mãos para nos socorrer em nossas fraquezas através da mediação humana. 

 As ações protetoras, cuidadosas, fortalecedoras e libertadoras de Deus são manifestas quando somos meios para a promoção do bem na vida do outro. Deus não nos abandona, nós em que é que muitas vezes não temos os olhos da fé para percebermos sua presença. A confiança da presença divina na nossa vida é fundamental para que, diante das batalhas difíceis que enfrentamos, jamais nos afastemos do amor de Cristo.

 Esta é a nossa confiança. Temos um intercessor que nos ajuda em nossas fraquezas. Esse auxílio divino se manifesta no cotidiano da nossa vida de várias formas.  Deus vem ao nosso socorro também através de pessoas que são como “máscaras dele” no mundo, meios pelos quais o Deus invisível age de forma visível.

 Fundamentação: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.

E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos” ( Rm 8.26-27).

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Lúcio Rufino Pinheiro



PODERIA TER SIDO DIFERENTE, MAS NÃO FOI


Quando eu era Católico Romano e exercia o ministério de padre, tive a oportunidade escutar várias histórias de vida, umas felizes, outras tristes. Entre as histórias tristes, recordo-me a de um jovem que nasceu em um lar cristão. Quando era criança, seus pais, sempre costumavam levá-lo para a Igreja aos domingos.  Esse jovem teve a oportunidade de ouvir todos os dias sábios ensinamentos da Palavra do Senhor, recebeu uma formação cristã sólida. Porém, apesar de todo o ensinamento que foi transmitido, o jovem escolheu seguir caminhos tortuosos: abandonou seus estudos, desprezou os conselhos dos seus pais, abandonou sua família, envolveu-se com o tráfico de drogas e armas, passou a usar drogas, a roubar e a praticar diversos crimes. Parecia que tudo estava bem na vida desse jovem. Porém, um dia, os chefes de uma facção criminosa mandaram assassiná-lo brutalmente, deixando esposa e um filho com poucos meses de vida. Esse jovem teve todas as oportunidades para ser bem sucedido profissionalmente, espiritualmente e socialmente. No entanto, sua vida terminou de forma trágica, pois, no terreno do seu coração, a semente da Palavra do Senhor não encontrou acolhida, espaço apropriado para que pudesse produzir bons frutos.

 A história desse jovem poderia ter sido diferente, mas não foi, porque apesar de ter ouvido a Palavra de Deus, não a compreendeu, não a apreendeu na sua mente e coração, recusou acolher a mensagem salvadora do Evangelho, seu coração estava endurecido, impenetrável de modo que rejeitou a graça de Deus que tem poder de transformar qualquer terreno espinhoso, pedregoso, repleto de matagal da existência humana em terra fértil.  

 Quantas vezes, temos a oportunidade de ouvir a Palavra do Senhor, mas o nosso coração está fechado para acolher sua graça e compreender os propósitos de Deus. Damos oportunidade para que as aves malignas da incredulidade roubem a semente da Palavra de vida nova que foi semeada em nosso interior.

 Fundamentação: “Disse Jesus: “E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram. A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho” (Mt 13.4,19).

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Lúcio Rufino Pinheiro

  

CONFIAR NAS PROMESSAS DE JESUS


Diz uma lenda que, certo dia, um alpinista resolveu escalar um dos montes mais altos do mundo. Enquanto escalava, ele escorregou e caiu. Naqueles momentos de angústias e dor, passaram pela sua mente os momentos felizes e tristes de sua vida. Parecia que tinha chegado ao fim. Porém, o alpinista sentiu um forte puxão. Sendo um alpinista experiente, tinha cravado as estacas de segurança com grampos a uma corda comprida que fixara na cintura. Então, suspenso pelo ar na completa solidão e escuridão, não lhe restou outra alternativa a não ser gritar a Deus por socorro. De repente, uma voz vinda do céu respondeu: “O que quer de mim meu filho?” Respondeu o alpinista: “Salva-me, meu Deus!”. Indagou a voz: “Você realmente acredita que eu posso salvá-lo?” “Sim, confio plenamente em tua salvação”, gritou o alpinista. Continuou a voz do céu: “Então, corte a corda que o mantém perdurado”. Porém, ao invés de ouvir a voz que vinha do céu, o alpinista ouviu sua própria consciência, agarrou-se ainda mais firme na corda. No dia seguinte, as equipes de resgate encontraram o alpinista morto, agarrado com as mãos a uma corda, a apenas dois metros do chão.

 Às vezes, perdemos a oportunidade de alcançarmos uma vida de plenitude, simplesmente porque não somos capazes de entregar-se com confiança nas promessas de salvação de Jesus.

 Como o alpinista da lenda, muitos dizem ter fé no Senhor.  No entanto, no momento de desespero, na escuridão do abandono, quando têm a oportunidade de salvação, não estão dispostos a ouvir a Palavra do Senhor e crer na sua promessa de redenção.  Muitos preferem continuar agarrados nas cordas das suas obras, nas amarras dos seus pecados que proporcionam sofrimento, desespero e morte.

 A verdadeira fé salvadora não se agarra nas cordas inseguras da autoconfiança, do cumprimento de obras com fins meritórios, do conhecimento racional das ações de Deus, mas agarra-se além de toda racionalidade e experiência na misericórdia de Deus.

Confiemos nas promessas de Salvação do nosso Deus, acolhamos a graça de Jesus, o único que não ilude, nem engana, o único que tem promessas de vida abundante, feliz e eterna.

 Fundamentação: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”( Hb 11.6).

 

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Lúcio Rufino Pinheiro


ASSUMIR A CRUZ

 


Diz uma lenda que um rei prometeu aos seus servos uma terra onde viveriam em abundância e felicidade. Porém, para merecerem essa terra, os seus servos teriam que carregar uma grande cruz. Movido pela esperteza, um dos servos resolveu dar um “jeitinho” para facilitar sua trajetória, resolveu cortar um pedaço da sua cruz. Depois de uma longa caminhada, o servo do rei se deparou com um abismo. Como tinha cortado sua cruz, foi impossível atravessá-lo. Os outros, porém, chegaram à terra prometida pelo rei, pois, usaram suas cruzes como pontes para atravessar o abismo.

 Essa lenda ensina para nós cristãos que não existem atalhos fáceis para quem quer seguir verdadeiramente a Jesus. Aquele que quer encontrar a vida verdadeira prometida por Jesus não pode querer fugir da cruz. Aquele que quer sempre dar um “jeitinho” para fugir do compromisso e da responsabilidade de assumir a cruz, fracassará. A cruz que carregamos não tem como finalidade nossa derrota, mas torna-se ponte que nos leva a terra feliz onde iremos morar com o rei Jesus.

 Às vezes, queremos seguir a Jesus, mas não estamos dispostos a assumir as consequências do seguimento a Ele, criamos atalhos fáceis na vida, usamos de uma esperteza mundana que muito mais nos leva ao abismo da perdição do que a vitória em Cristo Jesus.

 O cristão que decidiu seguir a Jesus deve aprender que não se chega à vitória sem passar pela dimensão da cruz. A cruz é lugar do encontro do discípulo com o Mestre. A cruz, apesar do sofrimento, se torna ponte que nos conduz a felicidade quando abraçada com amor ao Cristo. Quem ama a Jesus não teme a Cruz, mas enfrenta os golpes, os açoites, as perseguições, as tribulações com perseverança, pois descobriu que se, esta vida não serve para viver totalmente com, como e para Jesus, de nada vale.

 Fundamentação:  “E quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mt 10.38).

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Lúcio Rufino Pinheiro