A vida é o dom por excelência que recebemos das mãos do Deus
criador. Por isso, o caráter da vida é sagrado e o seu direito é inviolável. Assim
como ninguém pediu pra nascer ou pelo próprio poder decidiu um dia vir ao
mundo, assim também, não temos nenhuma permissão divina ou poder para decidir o
término de nossa existência. O suicídio é considerado um auto-assassinato, por
isso, viola o mandamento divino, “Não matarás!” (Ex 20.13), quem atenta contra sua própria vida.
Se o nascer e o morrer pertencem ao Senhor, o que acontecerá
com as pessoas que cometeram suicídio? Não existe nenhuma passagem bíblica que
trate explicitamente sobre o destino dos suicidas. Assim, é preciso ter muita
prudência para não sairmos condenando as pessoas que, por motivos dos quais não
temos conhecimento, acabaram ceifando suas próprias vidas. Somente ao Senhor,
que conhece as intenções mais profundas do coração do homem, pertencem o
julgamento e a salvação.
É evidente que o suicídio é um pecado mortal. Porém, jamais
podemos afirmar que não há perdão para ele. Jesus (Mt 12.31) declara que “todo pecado
e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não
será perdoada”, ou seja, o único pecado imperdoável é a recusa em confessar Jesus como o Filho de
Deus salvador e o não reconhecimento que suas obras são manifestações do
Espírito Santo.
Sabemos que homem, após a queda, por natureza é pecador. A
força do pecado é tão grande, que pode nos arrastar a fazer o que não queremos.
Confessa o apostolo Paulo em Rm 7.19-20: “Porque não faço o bem que prefiro,
mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que eu não quero, já não
sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim”. Uma vez o homem é pecador
e não tem nenhum merecimento diante de Deus,
o seu destino eterno, seja de salvação ou perdição, pertence ao Senhor,
depende da sua graça. Ele é onisciente,
sabe com certeza absoluta quem será verdadeiramente salvo ou não, por isso, não
nos cabe proclamar sentenças condenatórias, pois é possível que, naquele
instante dramático, de desespero, silencioso, solitário, a pessoa que atentou
contra sua própria vida tenha sido acolhida pela infinita misericórdia de Deus.
Meu amigo, minha amiga, não se deve perder a esperança da
salvação eterna das pessoas que cometeram suicídio. A melhor palavra de
conforto para alguém que passa pela dor de ter testemunhando o suicídio de um
pai ou mãe, de um irmão, irmã, esposo, esposa, um parente, amigo, conhecido deve
ser esta: confie na misericórdia de Deus! . Confie na palavra de Deus através
do salmista que diz no Sl 9.9-10: “O SENHOR é também alto refúgio para o
oprimido, refúgio nas horas de tribulação. Em ti, pois, confiam os que conhecem
o teu nome, porque tu, SENHOR, não desamparas os que te buscam”.
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Lúcio Rufino Pinheiro