A pesquisa bíblica nos permite chegar a conclusão que o
meio-dia tem um profundo significado teológico espiritual e antropológico.
Na visão teológica espiritual o meio-dia é a hora de Deus e
do homem. De Deus quem vem ao encontro do homem, e do homem que se deixa
encontrar por Ele. Nesse encontro, se estabelece uma relação de intimidade, de
diálogo, conhecimento do amado (Deus) com a amada (pessoa humana).
A hora do meio-dia não é simplesmente a hora do repouso
físico (sesta) mas do repouso em Deus, ou seja, passamos a sentir sua
presença amorosa que proporciona um estado de harmonia interior.
O meio-dia é a hora da decisão do homem diante de Deus, de
sua crise, de sua tentação, da descoberta de si mesmo e da vontade de Deus e da
sua conversão para uma vida nova que brilhe como o sol do meio-dia.
A partir de uma visão meramente antropológica o meio-dia diz
respeito a hora em que o homem se confronta consigo mesmo, suas crises,
desafios, frustrações, tristezas, desânimos.
A experiência do meio-dia pode se dá nas mais variadas
situações da nossa vida. Por isso, é necessário vigilância para perceber os
sinais dos tempos que apontam a presença de Deus. Ele sempre se faz presente,
no entanto, a sonolência da fé quando nos atinge pode impedir-nos de
descobri-lo. Deus não está longe de nós, mas somos nós que não aprendemos
ou temos dificuldades contemplar a sua presença. Como Jacó, é necessário
acordar do sonho, e reconhecer que “Na verdade o SENHOR está neste lugar; e eu
não o sabia” (Gn 28,16).
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Lúcio Rufino
Pinheiro
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