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quarta-feira, 13 de junho de 2018

MORALISTAS SEM MORAL SÃO PERIGOSOS

Definimos como moralista aquela pessoa que defende e prega conceitos morais. Não é difícil reconhecermos um moralista. Os moralistas se apresentam socialmente como: os arautos dos bons costumes, exímios cumpridores de regras, servos fiéis de normas da religião e do estado (legalistas), disciplinadores, procuram agir sempre por princípios que consideram corretos, opiniosos, justos.
Ser moralista “parece” uma postura adequada. O problema do moralista consiste em certas posturas: exageradas, fundamentalistas, perfeccionistas, intolerantes. O pior de todos os problemas de ser um moralista consiste é não viver os conceitos morais que defende e prega. Não existe sujeito mais hipócrita do que um moralista sem moral.
Os moralistas sem moral estão na religião. Recordo-me de um líder religioso que costuma criticar os fiéis que participam do culto com roupas curtas e decotadas. Muitas vezes, impediu o fiel de receber a “eucaristia” porque não estavam com roupas “adequadas”. Aparentemente, a imagem que passava para as pessoas de sua convivência era de um sujeito correto, moralista. No entanto, anos depois, o moralista mostrou sua face real quando foram demostrados seus escândalos de ordem sexual. Na verdade, esse líder nunca pautou sua vida na moral. Seu discurso moralista era apenas um meio de esconder suas fragilidades. Apontando os defeitos dos outros, tirava o foco de si mesmo para que as pessoas não observassem suas fragilidades. Os moralistas sem moral costumeiramente agem assim: Gostam de Impor regras duras e pesadas para os outros, mas nunca estão dispostos para cumpri-las; cobram impiedosamente dos outros sacrifícios, renúncias quando vivem em um prazer desmedido e irresponsável. Os moralistas sem moral da religião são: perigosos, hipócritas, lobos vorazes, gananciosos pelo ter e poder, depravados, desequilibrados, neuróticos, causadores da ruína das suas instituições religiosas.
Os moralistas sem moral estão na política. São os que fazem discursos belíssimos sobre honestidade, justiça, igualdade. Porém, suas máscaras não demoram cair quando são pegos envolvidos em corrupção, quando fazem das instituições do estado instrumentos de favorecimentos pessoais e familiares. Os moralistas sem moral da política são: demagogos, oportunistas, maquiavélicos, déspotas, corruptos e corruptores, causadores da descrença na verdadeira política.
Os moralistas de moral estão no judiciário. São os que teoricamente defendem que a justiça deve ser para todos, os que exigem o cumprimento rigoroso da lei. No entanto, suas posturas de moralidade caem por terra quando fazem da justiça balcão de negócio, quando julgam injustamente, quando vendem sentenças contra o inocente, quando aceitam suborno, quando não agem pelo princípio da imparcialidade. Os moralistas sem moral do judiciário são: injustos, abusadores da autoridade, impiedosos, justiceiros, vaidosos nos cargos que ocupam, causadores da descrença no poder judiciário.
Os moralistas sem moral estão na sociedade. São os que aparentam ser cidadãos de bem, justos, honestos, religiosos, éticos, cumpridores dos seus deveres sociais, pais exemplares. No entanto, nas suas vidas íntimas, longe dos olhares dos outros, agem da seguinte maneira: Não obedecem as leis de trânsito, procuram agir pelo famoso “jeitinho brasileiro”, tirando vantagens em tudo, passam à frente do outros nas filas de banco, não praticam os preceitos religiosos das religiões que professam, não pagam impostos, exploram e humilham seus empregados, traem suas companheiras (os). Os moralistas sem moral da sociedade são: Hipócritas, interesseiros, desonestos, infiéis, desobedientes, invejosos, imorais, caloteiros e mentirosos, preconceituosos.
Os moralistas sem moral são prejudiciais, nocivos e perigosos. Uma sociedade, onde os moralistas sem moral exercem seu domínio livremente, dificilmente será feliz, justa e próspera. Somente pelo caminho da coerência com os princípios éticos e morais é possível construir o mundo melhor que sonhamos. Chega de falso moralismo! A verdadeira INTERVENÇÃO que o Brasil precisa é ÉTICA.

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Lúcio Rufino Pinheiro

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