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quarta-feira, 13 de junho de 2018

UM BRINDE À AMIZADE


    “Amigo fiel é poderoso refúgio, quem o descobriu, descobriu um tesouro. Amigo fiel não tem preço, é imponderável o seu valor. Amigo fiel é bálsamo vital e os que temem o Senhor o encontrarão” (Eclo 6,15-16).

    O texto do Eclesiástico é um dos mais belos da Bíblia sobre a amizade. O autor transmite a beleza e o prazer de se ter um amigo. São palavras de quem experimentou em sua vida a alegria de encontrar um grande amigo cujo valor é comparado a um tesouro,... a um perfume de agradável odor.
    A sociedade hodierna tem falado bastante sobre o amor, amizade, mas poucos vivem de forma autêntica. O amor tem sido tratado como mercadoria, as amizades têm se tornado cada vez mais superficiais. “Os homens compram tudo pronto nas lojas... Mas como não há lojas de amigos, os homens não têm amigos” (Saint-Exupéry).
    Queremos “ter“ muitos amigos, mas esquecemos de “ser“ amigo.
    Acredito que na trajetória da vida precisamos de alguém com quem podemos partilhar: sonhos, esperanças, ideais. Viver isolado, sozinho, é acreditar num mundo egoísta, significa rejeição à felicidade. Onde reina o individualismo não há amor.
    Acredito ainda que, “quando alguém viu, ao menos uma vez, o resplendor da felicidade no rosto de uma pessoa querida, é certo que para esse homem não poder haver outra vocação senão a de suscitar essa luz no rosto daqueles que o rodeiam” (A. Camus).
    O amor não exige a entrega de “nada“ mas de “tudo“. Quem insiste em guardar reservas para si, jamais amará ou será amado.
    Amemos o amor! A felicidade não se pode encontrar fora do amor. Na ausência do amor tudo é ilusão.
    A nossa vida deve estar sempre permeada por um nobre e grande sentimento de amor e de amizade.
    É preciso estar sempre disposto para ser construtor da ponte da amizade e desconstrutor dos muros que nos dividem, que nos separam. Construir pontes e conservá-las para que nunca venha a ser deteriorada pelo tempo e destruída pelos vendavais da inimizade e da indiferença.
    Ser bons arquitetos na arte de edificar o que há de mais sublime no espaço da natureza, o homem, é tarefa de cada um. Cuidar do outro é perder-se a si mesmo para que esse outro seja plenamente encontrado. Como precisamos desenvolver essa pedagogia do cuidado, da ternura.

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    Lúcio Rufino Pinheiro

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