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quarta-feira, 13 de junho de 2018

ÉTICA, POR ONDE VOCÊ ANDA? ESTAMOS COM SAUDADES

Na atualidade tem se falado bastante sobre ética. Mas, o que é ética? A palavra ética tem sua origem no grego “ethos” (ethiké) e significa: morada, habitat, modo de ser.
Compreende-se a ética como morada, costume ou comportamento. Agir eticamente consiste em uma práxis que tenha como finalidade a concretização do bem, do belo, do bom. Nesse sentido, ética e vida devem andar sempre juntas.
Ética está direcionada ao campo da ciência filosófica tendo como preocupação as ações dos homens e seus valores. A ética se apresenta como uma reflexão sobre as condutas e valores morais. Seu objeto de análise é o próprio homem enquanto ser que se relaciona com o mundo, com as pessoas, com o meio.
A sociedade atual está carente de uma ação ética que tenha como fim o bem. Na política, na religião, nas relações humanas, a ética tem sido trata dentro de uma compreensão relativista. Há uma ausência de uma ética que tenha como fundamento a realização do conjunto dos indivíduos. Na contemporaneidade muitos têm compreendido e vivenciado a ética a partir de uma perspectiva individualista e interesseira.
Os fatos políticos recentes têm mostrado que ética e política têm caminhado divorciadas. Cada vez mais aquela que deveria ser a promotora do bem comum (política) se articula sem os princípios éticos necessários, fundamentais para direcionar, questionar, qualquer ação humana.
Essa dicotomia entre ética e política acaba criando uma sociedade em que os valores de justiça, honestidade, responsabilidade, cuidado, são descartados. Na política, a ética é anulada quando os interesses individuais ou de pequenos grupos são postos acima dos interesses da coletividade. Nesse sentido temos atualmente uma falsa política, pois não leva em conta a promoção do bem do homem. Quando a política se desvincula dos princípios éticos, buscando apenas o fim sem levar em conta os meios, ela torna-se causadora da “barbárie”, do caos. Quando a política se articula fora dos parâmetros da ética, roubar, mentir, corromper, tornam-se práticas comuns associadas diretamente ao personagem político.
“A ética neoliberal” se fundamenta no lucro, na acumulação de capital. O valor do indivíduo é visto a partir de sua capacidade de produção. Um bom cidadão não é visto como aquele que age eticamente, moralmente, honestamente, mas o que é capaz de produzir bens de consumo.
Essa ética é responsável pela produção de uma grande massa de excluídos e pela gestação de milhares de miseráveis, uma vez que nem todos conseguem se enquadrar nesse sistema de acumulação.
A ética neoliberal é individualista, desprovida de qualquer sensibilidade para com aqueles que estão mergulhados numa condição de miséria. Sua finalidade não consiste nos interesses do bem da coletividade, mas de poucos indivíduos, que em busca do domínio do poder e do ter é capaz de mutilar milhares de vidas humanas inocentes.
A ética neoliberal se configura ainda pela livre concorrência, onde cada um vive numa constante luta pela defesa de seus interesses contra os interesses dos outros. A ética neoliberal privilegia exageradamente o material sem levar em consideração o humano.
A sociedade moldada segundo o modelo neoliberal, está carente de uma ação ética que tenha como fim o bem. Na política, na religião, nas relações humanas, no judiciário e na imprensa, a ética tem sido tratada dentro de uma compreensão relativista.
Penso que é hora de resgatar valores éticos abandonados, enterrados pelo homem contemporâneo para podermos inaugurar uma sociedade mais justa e fraterna.

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Lúcio Rufino Pinheiro

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